segunda-feira, 22 de outubro de 2012

A Rosa e o Espinho!


As rosas sempre foram as minha preferidas.
Talvez, de muita gente, também!
Mas nunca entendi essa magia que elas trazem,
As cores vibrantes e fortes...
O cheiro doce, fustigando a alma,
O veludo das pétalas, a magia da forma;

Quando Deus criou a rosa, deu nome de mulher,
Porque só sendo mulher para entendê-la...
Por isso que ambas tem a perfeição divina,
Tem o encantamento mais intenso,
E são capazes de provocar sorrisos...
De enxovalhar os olhos...
De deslumbrar suspiros!

Quando as noites descem entristecidas,
Pela solidão dos campos mais profundos,
As rosas se abrem dando sentido à vida...
Exalando perfumes para adoçar o mundo;

As abelhas preguiçosas e colibris arteiros,
Brincam sapecas nos seu bailar de asas...
Sugando a vida em polens fecundos...
E enfeitam jardins pelo beiral das casas;

Que magia é essa que trazem as rosas?
Se as rosas não falam...
 se as rosas não choram?
Mas quando a dor vem apertar o peito,
No momento mais triste de um olhar sem luz,
Elas trazem palavras guardadas em silêncio,
Para aliviar o desgosto do peso da cruz!

Na forma completa, da ponta à raiz...
Armas se erguem contra o ódio que avança,
Guardando a beleza das pétalas mais ternas,
Um exército de espinhos com pontas de lança;

E o vento que beija a face da rosa...
Rosada à caricia de um sol que reluz,
Choraminga ao espinho, sangrento ao pecado,
Por um dia ter sangrado, Sua fronte na cruz;

A vida é uma rosa, a dor é o espinho...
E o tempo tem asas de algum colibri,
Que voa em silêncio, às vezes, sozinho,
Buscando caminho,  para prosseguir!
  
A rosa só é bela porque vive guardada,
E com o tempo envelhece, resseca e cai...
Quando ergue-se  a mão,  na ganância cruel,
O beija-flor revoa e para longe se vai;

Mas ficam os espinhos, guardião infalível,
Exército de pontas, de arma postada,
Na mão que sangra por conta do mal...
Deslembra a rosa, embelezando a estrada;

Quem só quer as rosas que a vida semeia,
As pétalas luzidas pelos sois de verão...
Olvida os dias que trazem espinhos,
E sucumbe na dor da crueldade da mão!

Pois o tempo é caminho que a vida estreita,
E o destino é espinho, que permanece fiel,
A esperança é abelha que ingênua deleita,
O néctar da rosa, para a doçura do mel;

Fim.

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